Sinopse da vida de um fotógrafo

(Amador naturalmente)

Desde cedo, me comecei a deixar apanhar pelo fascinante mundo da fotografia, no entanto, fruto dos tempos que então se viviam, só por volta dos vinte e poucos anos, tive a minha primeira câmara fotográfica, comprada a bordo do Paquete Niassa numa viagem cujo destino, era a Guerra Colonial em Moçambique.

Então e por iniciativa de um grande Amigo da época, o Carlos Maria, de quem nunca mais tive noticias, compramos de sociedade uma pequena e rudimentar Kodak Instamatic 33, com o objectivo de fotografarmos a viagem e no final como nos iríamos separar, sortearíamos aquela que em sorte, me viria a pertencer e acabaria por ser a responsável por esta caminhada.

Só uns bons anos mais tarde e porque o dinheiro nunca abundou, viria a comprar a minha primeira câmara a sério, uma Reflex analógica, a Minolta Dynax 3000i com uma objectiva 35-80mm f 4-5.6, no entanto e motivado pelos elevados custos da fotografia o numero de obras produzidas foi muito diminuto o que levou ao esfriar da paixão, voltando-me então, para o vídeo, economicamente muito mais razoável.

Entretanto, pelo meio ficaram cerca de quinze anos ligado profissionalmente ao Desenho Técnico e mais de vinte ao Comércio de Plantas Ornamentais e Construção de Jardins, bem como uma forte ligação à Natureza através da Agricultura e ao Alentejo, Actividades que do meu ponto de vista me fornecerem a sensibilidade para encarar a fotografia da forma como hoje a sinto, Apaixonada, como tudo aquilo que sempre fiz na Vida.

Com o advento do digital a paixão latente soltou-se e adquiri uma pequena compacta, a Canon Ixus 50 que se revelou um assombro e o entusiasmo foi tal que em poucos meses, estava a adquirir novamente uma Reflex, desta vez a Canon 350D digital, com objectiva Canon EF-S 18-55mm f 3.5-5.6, mas que se revelou insuficiente, pelo que um mês mais tarde estaria a comprar uma nova objectiva Canon EF 75-300mm f 4-5.6 III USM, e que viria a resultar em mais de 20.000 fotografias em cerca de um ano e uma paixão enorme por fotografar e aprender algo mais pois o meu amadorismo é total e puro, resultando o acto de fotografar em pura intuição e como costumo por ironia dizer “Fotografar de ouvido”.

O desafio que de imediato se colocava, era o de saber que fazer com tanta fotografia, se fecha-las nas “gavetas” dos DVDs ou entrega-las ao Mundo. Optei pela última e procurei alojamento, no SAPO Fotos, o que implicou toda uma nova aprendizagem de um mundo novo e algo estranho, só que ainda se tornou mais gratificante porque com o novo Fotos em poucos meses (pouco mais de três), atingia as 500.000 visualizações.

Entretanto e como o velho fotos Sapo não era muito atractivo, tinha pouca visibilidade e achava que as fotos mereciam melhor destino, resolvi criar um fotoblog O Fotografia de João Palmela o que implicou maior aplicação uma vez que aqui, os caminhos ainda eram mais desconhecidos.

No entanto, penso que mais uma vez e fruto da Paixão e perseverança, os resultados foram encorajadores e em cerca de um ano atingia as 50.000 visitas.

Para além disto, ainda houve tempo, para a Rota do Olhares, para uma pequena Galeria no Semanário Sol e como última experiência e por influência da Maria Elisa, a participação como contribuidor, no Setúbal Photobloggers, o qual acabaria por ficar pelo caminho.

Com o advento do Facebook acabei por criar um perfil pessoal e uma página de fotografia.

Hoje o SAPO Fotos ganhou uma nova dinâmica ao passar por várias versões e na sua última, as minhas fotos já atingiram mais de 2 500 000 visualizações.

Esta é em suma, a trajectória acidentada de um fotógrafo por acidente.